Em 1959, Ferreira Gullar redigiu o Manifesto Neoconcreto com o apoio de Amilcar de Castro, Lygia Pape, Franz Weissmann, Lygia Clark, Theon Spanúdis e Reynaldo Jardim. Quase cinqüenta anos depois, o poeta e crítico presta seu depoimento inédito sobre um dos momentos mais radicais da arte brasileira. Do interior do movimento neoconcreto, Gullar definiu importantes conceitos, como o de - não-objeto - , e vivenciou a gênese de obras fundamentais como os Contra-relevos de Hélio Oiticica e os Casulos e Bichos de Lygia Clark. O autor relata as etapas de formação dos artistas do chamado - grupo carioca - , desde a ruptura com os concretos paulistas, e traça sua própria trajetória de poeta neoconcreto, quando criou os livros- poema (que, editados pela primeira vez, acompanham o volume), os poemas espaciais e a ousada experiência do Poema enterrado (o primeiro poema na história a ter endereço). Além do depoimento inédito, o livro traz ainda anexo com dez textos de Gullar, escritos entre a década de 50 e os dias atuais, inclui três livros- poema e o fac-símile do catálogo da I Exposição Neoconcreta. O projeto gráfico arrojado faz referência ao design da época e aos poemas do autor.