O leitor tem nas mãos um livro de leitura empolgante que cobre um dos períodos históricos «quentes» de Portugal. Colocado em Marrocos, um jovem diplomata assiste aos acontecimentos que aí se desenrolam, participando em episódios de extrema importância histórica. Entretanto, recolhe a documentação a que vai tendo acesso, pois o seu sentido de dever a isso o impele. É graças a esses documentos e à memória do então jovem diplomata que se torna possível conhecer hoje com maior exactidão o que se passou verdadeiramente em Casablanca, em 1961. E, na verdade, Marrocos era na altura um verdadeiro turbilhão: com a morte de Mohamed V, ascende ao trono Hassan II; a guerra na Argélia dificulta as relações de Marrocos com os seus vizinhos; a equipa de Henrique Galvão desvia um avião da TAP em Casablanca; os movimentos nacionalistas das colónias portuguesas surgem unidos na Conferência de Casablanca; Galvão e Delgado permanecem em Marrocos; os serviços secretos da legião tentam assassinar Delgado, que a Embaixada protege. A guerra colonial inicia-se em Angola. Goa é invadida. Em Portugal, o Ministro da Defesa, Gen. Botelho Moniz, tenta um golpe de Estado; outro grupo tenta tomar o quartel de Beja. Vive-se uma curta «Primavera de esperança» com o jovem ministro Adriano Moreira. E Casablanca ocupa sempre um lugar central nos acontecimentos da época.