Suspense, drama e conflitos religiosos marcam a história de Edgardo Mortara, um menino judeu, de apenas seis anos, seqüestrado pelo Vaticano. A trama é verídica e aconteceu em Bolonha: a polícia invadiu a casa de uma família judia para levar o garoto, sob a alegação de que ele havia sido batizado e devia ser criado num mosteiro. A ordem partiu de inquisidores e deixou desesperados os pais da criança, obrigados a correr o país em busca do filho. A história comovente é narrada por David I. Kertzer em “O seqüestro de Edgardo Mortara”, que chegou à lista de finalistas do prêmio Pulitzer em 1997. O autor americano alterna dramas reais e lições de história para contar como esse seqüestro alterou o passo da Itália no século XIX. Professor de História, Antropologia e Sociologia, David I. Kertzer escreve sem o academicismo que se esperaria de um acadêmico de renome, e com o talento de um romancista. Estão presentes a carga emocional da família Mortara, assim como um panorama histórico da Inquisição, dos bastidores católicos e um perfil rigoroso do papa Pio IX. O resultado é uma narrativa que flui, passa por fatos históricos cruciais, mas não deixa de lado a emoção de uma boa trama.