O poeta Fernando Pessoa dizia queo sujeito de bom senso é ateu ao soldo meio-dia, mas acredita em todosos deuses e espíritos quando cai anoite profunda. Tenho uma invejadanada dessa frase, porque gostariade ter dito algo parecido, mas em referênciaao futebol. Quando o árbitrotrila o apito e a partida começa, é horado mais materialista dos humanoscrer em mistérios insondáveis eescritos nas estrelas desde que osprimeiros registros da prática de algoparecido com o futebol entre nóssurgiram, conforme demonstramalgumas pinturas rupestres na Serrada Capivara.A inveja que sinto da máxima do poetaportuguês se transformou em angústiaprofunda ao ler esse compilado defrases sobre o futebol garimpadaspelo Marcelo Dunlop. Eu queria terescrito todas elas, sem exceção.Algumas, cheias de efeito, são venenosascomo uma folha seca do Didi.Outras tantas têm a pureza sacana daprimeira punheta de menino ou de umdesenho do Carlos Zéfiro. Diversaspossuem autorias reconhecidas,carimbadas em cartório.