O autor se propõe a examinar a Carta aos Gálatas, como um esboço sobre o início do movimento cristão na perspectiva das culturas, das religiões, das etnias e das sociedades, em sua dinâmica de fluidez, diferenciação e interação, no que concerne à formação de identidades cristãs no interior do cristianismo paulino. Ao analisar trechos de Gálatas, identifica componentes teológicos e socioantropológicos que subjazem aos conflitos e tensões presentes nas Igrejas da Galácia. Nesses trechos, Paulo indicaria um novo ethos que se sustenta nas orientações éticas e teológicas cristãs, segundo as quais a unidade em Cristo Jesus se dá apesar das diferenças religiosas, étnicas e socioculturais. Isso gerou alternativas de relevância para que judeus, gentios, mulheres, homens, escravos e livres fossem inseridos no processo de formação das identidades.