Cláudio não vende panaceia de camelô. Distinguindo habilmente entre a retórica anti-pirata e a necessidade de que o público endosse a proteção das criações, ele propugna por conquistar the hearts and minds do consumidor, por medidas que protejam o fluxo constante de novas produções. Ele não acredita que o público vá renunciar à qualidade que só vem de investimento profissional e estável em novas obras; assim, há um interesse comum na persistência do modelo. Se ainda não existe um remédio cabal para o problema, o que parece claro ao autor e a esse prefaciador é que parte da cura é abolir os efeitos perversos da medicação. O sistema da propriedade intelectual como está é maléfico; e seu recrudescimento só fere o agregador de conteúdo, sem conseguir reprimir o consumidor ? nem deve fazê-lo. Os meios jurídicos devem ser utilizados certamente contra o pirata profissional, o de olho-de-vidro e cara de mau; mas são ineficazes contra nós, o público.