A Convenção sobre a Diversidade Biológica institui um novo direito internacional acerca dos recursos genéticos, provendo a jurisdição nacional destes recursos e um mecanismo de troca entre os países dotados de biotecnologia e aqueles dotados de biodiversidade. A convenção recomenda, ainda, obrigações de repartição de benefícios e do consentimento prévio informado para o acesso aos conhecimentos tradicionais associados. A expectativa de congregar estas diferentes demandas tem se deparado com inúmeras dificuldades, revelando controvérsias referentes à adequada legislação, aos direitos das comunidades tradicionais, à biopirataria, ao papel da indústria biotecnológica e da ética de pesquisa, aos regimes de propriedade e à atuação dos órgãos públicos. Esta obra apresenta uma abordagem interdisciplinar nas áreas do direito, sociologia, antropologia e etnoecologia, trazendo novos estudos empíricos e temáticos nacionais e internacionais, bem como propostas inovadoras que aprimorem instrumentos legais e institucionais. Os autores enfrentam em seus artigos problemáticas advindas da experiência prática, com instigantes críticas e conclusões, espelhando as preocupações da sociedade em relação a tão relevante temática.