As crônicas, que compõem este livro, não podem ser tratadas como relatórios do trabalho no campo, teses de geologia ou mineração, direitos de lavra e afins. Aqui, o emocional deve prevalecer, ou prevalece, muito embora se descrevam tecnicamente os acontecimentos. O que elas relatam, em sua totalidade, são fatos curiosos, alegres ou tristes, de idaws e vindas, de tempos vividos por esses profissionais, que, por alguns momentos, largaram seus instrumentos de trabalho, e resolveram, através das crônicas enviadas à seção "Pelas Pedras do Caminho Mineral", compartilhar com os leitores as várias situações por eles vividas no dia a dia do trabalho de campo. Suas crenças, medos, alegrias, tristezas, descobertas e surpresas, os mistérios ocultos na floresta, a saudade da mulher amada, o isolamento... Quem dommina a cena é a alma desses profissionais: a emoção de descobrir o segredo da Serra dos Martírios; de pousar pela primeira vez em uma serra coberta de canga de minério de ferro; de encontrar vivo o companheiro perdido na mata; de se transformarem em meninos, fazendo uma guerra de farinha de mandioca; de sobreviver depois de onze dias, sozinho, perdido na floresta; e a alegria de estar de volta ao acampamento.