Criticismos acadêmicos à parte, nada mais contemporâneo que refletir a temática da Qualidade de Vida e da Saúde em um planeta cuja população envelhece rapidamente. Sob o ponto de vista do direito e do exercício da autonomia, quem pode questionar a legitimidade de que todo sujeito, em qualquer país, queira ter padrões de consumo californianos? Seriam necessários mais quatro planetas iguais à Terra para que isto fosse possível. E se este sonho, como numa mágica, acontecesse, mesmo assim, não garantiria necessariamente uma vida melhor para todos. Porque o dilema da modernidade líquida em que vivemos se dá pela supremacia do TER em detrimento do SER. A Teoria da Complexidade pode nos apontar caminhos possíveis para que sejam desenvolvidas estratégias que, para além de nossos egos, sejam planetárias e sustentáveis. Você sabia que o que mais compromete a qualidade de vida dos brasileiros é o meio ambiente? Ambiente aqui compreendido como tudo aquilo que é exterior ao nosso corpo físico; então, estamos afirmando que é a falta de infraestrutura nos transportes e no saneamento básico precário, da carência de espaços públicos para o lazer, da precariedade da segurança pública nas cidades, da qualidade pífia de nossas escolas, das sofríveis condições de trabalho da maioria e esta lista das mazelas brasileiras não tem fim. Este livro, Complexidade e Qualidade de Vida, se debruça sobre estas questões, em que pesquisadores renomados na área refletem sobre como pensar nosso mundo complexamente. E isto quer dizer: se prevalecer a lógica do salve-se quem puder, além de beirar o grotesco, é a punhalada final naquilo que chamamos de humanidade.