Geographia Feminina é uma exposição em versos que trazem a tona a marca da feminilidade. Os versos compõem e decantam territórios e regiões subjetivas, indícios de constituição íntima e construção que traz em seu bojo, saliências e reentrâncias deste continente. Um modo inventado, quiçá desenhado, para atravessar as turbulências rarefeitas do cotidiano, os impasses do amor, diluindo estados d´alma, através de uma escrita consignada pelo verbo, que a palavra amplia. Matéria que verte de minha língua, que a linguagem esvazia. A feminilidade sempre soa como enigmática, indefinível, assim como desertos e dunas. O corpo e seus contornos fazem remissão imediata ao registro do desejo, em latitudes e longitudes nem sempre bem delimitadas. Trilhos e traços que anelam a imensidão do mar e a calma das lagoas. No ser de uma mulher repousa uma geografia singular de cartografias nada planas, e isto pode se revelar através das imponderáveis pulsações de Eros. Assim, em grafia própria, aventuro-me pelo universo enigmático da feminilidade.