O texto expõe um processo de desintegração psíquica e ocaso político de um governante de índole tirânica em uma madrugada tensa, em meio a uma pandemia, e transcorre na suíte presidencial do palácio em que vive, sem haver explicitações de datas, nomes, lugares, vírus, para enfatizar o seu caráter ubíquo, atemporal e universal, mas com óbvia aplicação e pertinência ao contexto atual vivido pelo mundo e mais diretamente pelo nosso país. Trata-se de uma dramaturgia em ato único, uma tragicomédia que se abastece da tradição do realismo político de Brecht com elementos do teatro do absurdo de Ionesco, e que na sua essência é uma apologia à democracia.