Dessas que correm de boca em boca e tornam-se famosas. Ruy Castro, por exemplo, pinçou uma delas para incluir em seu O melhor do mau humor: O zangão é a prova de que o golpe-do-baú sai caro. Esse humor, com tiradas fantásticas, pode ser encontrado na ficção deste jornalista pernambucano que vive em São Paulo desde 1968, tanto nos seus contos e crônicas, como também no seu primeiro romance, Os demônios morrem duas vezes, que a Editora Códex acaba de publicar. O livro é preciso dizer não é de humor, mas, sim, um policial, no melhor estilo e com todos os ingredientes que fizeram deste gênero um dos mais lidos e amados entre os leitores. Como diz o escritor Pedro Cavalcanti, nesse romance encontraremos zeladores lacônicos, moças sedutoras em perigo, pistas descobertas a partir de um cartão de visitas esquecido. O pano de fundo onde os crimes acontecerão, investigadores vasculharão apartamentos, academias de luta, bares, e até um babalorixá de olhos azuis entrará em cena é a Vila Madalena, bairro que há alguns anos tornou-se centro da vida boêmia paulistana, concentrando os mais badalados bares, restaurantes e casas noturnas da cidade. Para isso, ele chega a criar uma delegacia especial para o bairro, o 132º DP.