Considerado por Georges Bernanos sua obra-prima, Senhor Ouine foi concluído por ele durante o exílio no Brasil. Trata-se de seu romance mais maduro, admirado por Céline, Georges Simenon e Antonin Artaud e que apresenta o personagem apontado por Alain Bosquet como um dos únicos no século XX comparáveis à grandeza de Don Juan e Fausto. Ouine é um professor aposentado que chega ao vilarejo de Fenouille, no norte da França, onde levanta suspeitas e desperta o fascínio do jovem Philippe, apelidado Steeny. Um assassinato leva ao extremo, e coloca em questão, a teia de rancores em que se embaraça a cidade. Narrada de maneira singular, a história é menos uma sequência de eventos que uma imersão na alma dos personagens, que observamos como se estivéssemos em um sonho... ou, talvez, em um pesadelo. Esta tradução, a primeira em português e com o texto integral, não preservado pelas primeiras edições , conta com ensaio de apresentação de Álvaro Lins e prefácio de Pierre-Robert Leclerq.