A pureza do coração, a que se promete no Evangelho na bem-aventurança da visão de Deus, suma de toda oração, foi desde as origens o ideal monástico, perseguido com sabedoria e perseverança por meio da disciplina adotada pelos monges. O autor, profundo conhecedor dessa literatura espiritual, situa o monge no campo do combate espiritual entre o bem e o mal, aquele contra o demônio, que nos penetra na alma quando cedemos às suas tentativas e aceitamos discutir com ele, sem rejeitá-lo desde o início, como fez Jesus. Desperta então o demônio, por suas propostas retorcidas, as inclinações e pensamentos que habitam em nós e nos desencaminham da fidelidade ao Senhor. Por isso, o pessoa que se dedica à oração, precisa ser sobretudo vigilante, discernir os espíritos, identificar os pensamentos viciosos classificados desde as origens do monaquismo em oito grandes tipos, doutrina que está na origem dos vícios capitais, e empenhar-se, inclusive com o auxílio de técnicas de meditação, bem conhecidas dos hesicastas, na oração no coração, oração de Jesus, que até hoje prevalece no centro da tradição monástica oriental. A obra do pe. Tomás Spidlík serve de guia para se compreender e praticar a espiritualidade dos monges do Oriente.