Neste livro, a autora examina as suposições construídas a respeito do Outro - no caso , o Brasil - pelos diplomatas norte-americanos engajados em promover e avaliar o anticomunismo brasileiro. Posicionando-se como os fornecedores de um anticomunismo "racionalizado" que refletia a suposta superioridade e capacidade técnica da cultura norte-americana, os diplomatas dos Estados unidos insistentemente lamentaram o anticomunismo "defeituoso" do Brasil. A forma como os Estados Unidos perseguiram seus objetivos de Guerra Fria no Brasil não pode ser separada das atitudes preexistentes a respeito da cultura brasileira e latino-americana e da maneira como esses pressupostos foram retrabalhados num contexto de Guerra Fria. O campo ideológico dentro do qual esses representantes dos interesses norte-americanos atuavam tornou praticamente impossível para eles "retratar o outro fora de esquemas preconcebidos e estreitos".