O desenvolvimento escolar satisfatório de educandos com necessidades especiais depende fundamentalmente de professores capacitados e interessados no trabalho com tais alunos. Engajado nesse raciocínio, o livro "O Processo de Comunicação" pretende incluir portadores de deficiências na era da comunicação. No esforço de fazer o educador compreender o aluno por inteiro, as organizadoras Kátia Genaro, Dionísia Aparecida Lamônica e Maria Cecília Bevilacqua promovem um estudo sobre a fala e a linguagem (oral e escrita) e acerca do sistema nervoso central, destacando as áreas cerebrais e as disfunções físicas e mentais que prejudicam a aprendizagem. Qualquer alteração cromossômica altera a seqüência genética e acarreta uma síndrome; muitas delas como a síndrome de Down, de Williams, de Anglman e outras, afetam a comunicação e, por isso, recebem atenção do livro. Com o intuito de auxiliar a observação do professor no exercício de detectar o foco de possíveis alterações que rivalizem com a comunicação, a obra invade o território orofacial e disseca modificações estomatognáticas, explicando o funcionamento e desvios na respiração, mastigação e deglutição, além de alertar sobre hábitos deletérios. Outra preocupação pertinente é a que concerne a voz; sendo o meio pelo qual caminha a mensagem, qualquer alteração faz com que o significado seja modificado no percurso emissor-receptor; muitos fatores causam disfonia, a obra explica cada um deles, ressaltando os cuidados que se deve ter para evitá-los. Assim como uma boa voz é fundamental à comunicação, a audição e a visão são fundamentais à captação de mensagem pelo receptor. Visto isso, o livro auxilia na eliminação de ruídos, principalmente nas salas-de-aula, e na identificação de problemas auditivos e visuais em alunos. "O Processo de Comunicação" introduz teoria para que o professor entenda a dificuldade do aluno e promova estratégias que busquem minimizar obstáculos na aprendizagem. Oferece, ainda, conhecimento para que haja parceria entre professor e profissional da saúde, no sentido de o educador ter sensibilidade em perceber a raiz da dificuldade do aprendiz e encaminhá-lo à assistência competente.