As Dezamantes é um livro de cabeça, em todos os sentidos. Versátil, como não poderia deixar de ser, para quem sentir coceira é um livro de cabeceira. As Dezamantes captura o erotismo com todos os seus disfarces. Configura um jogo no qual o autor caçador, violentador e vítima tal-qualmente bruxo dos mistérios do teso, mistura em doses desproporcionais conteúdos de aparência desencontradas como erotismo, senso crítico, razão, fantasia, heroísmo, covardia, política e humor. As Dezamantes não é uma simples gozação. Não é tampouco um livro gozado. Como tudo na vida, o gozo também depende de uma política. O caminho que percorremos entre a intuição e a consecução prática dos objetivos, a distância entre o desejo e a geometria do gozo, são trilhados pelo autor-ator de forma às vezes cruel, às vezes patética, mas sem dúvida, sempre crítica e criativa.