Tem sido pouco problematizado o papel da tradição no direito internacional. Especialmente, pouco se tem refletido detidamente sobre a relação entre tradição e identidade ou, mais especificamente, sobre como internacionalistas compreendem a si próprios estando inseridos no seio de um grupo de indivíduos que constantemente lê o passado a fim de dar autoridade às suas ideias e ações no presente, e também sobre como esperam ver o futuro construído. Parece evidente que internacionalistas brasileiros utilizavam e ainda utilizam argumentos de seus compatriotas no passado para dar autoridade aos seus próprios argumentos. As preocupações de Rui Barbosa e Raul Fernandes com a igualdade jurídica dos Estados, a defesa por Clóvis Bevilaqua e Hildebrando Accioly do interesse nacional ou, ainda, a aposta no caráter universal do direito internacional por Sá Vianna são apenas alguns exemplos de como o passado ainda povoa nosso presente.