Com sua mistura de referências e seu estilo único e absolutamente original, Catarina Lins já se afirmava como uma das poetas mais criativas e influentes de sua geração por ocasião do lançamento de O teatro do mundo, em 2017. Não à toa, o livro foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti no ano seguinte. Mais do que ser apenas lida, Catarina merece ser ouvida em voz alta, pois uma das chaves de seu texto, dessa mistura inesperada que ela apresenta em seu caldeirão de imagens, se desvela também na fala, na luz do som, no ritmo da palavra viva, criando novos sentidos a cada leitura, na voz interna de cada leitor. Do anagrama de Manam às paisagens exóticas ao redor do Japão, dessa capital sul-americana do porco light às partes raramente tocadas de canções distantes ou remotas geografias, tudo cabe aqui, de plath a pound, de empédocles a baden powell – tudo é novidade e se ilumina, na voz e na arte da poeta.