A nuvem do não-saber é uma das obras-primas da literatura e da espiritualidade do Ocidente. Foi escrita em fins do século XIV por um inglês anônimo, provavelmente um monge. A grande lição descoberta pelo autor é que o acesso a Deus não se faz pelo pensamento, pelas reflexões, pelos discursos, mas pelo silêncio. Não se trata de um silêncio negativo, mas de um silêncio atento, receptivo, contemplativo. Deus está além de nossas palavras e de todas as nossas tentativas intelectuais. Estamos nele e ele está no meio de nós, assim como a nuvem no deserto. Nunca o veremos claramente, mas sempre através da nuvem. Como os israelitas no deserto, sabemos que ele está aí, mas não o vemos como vemos o nosso vizinho. Como conhecer aquele que está na nuvem? Eis o assunto desta obra antiga, mas sempre atual.