Os sobreviventes de um genocídio são pessoas comuns que viveram situações extraordinárias e por esse fato deixaram de ser comuns. A terrível experiência deve ser usada como um exemplo que impeça que atrocidades como essa voltem a ocorrer, especialmente quando o culpado segue impune e negando seu crime. É por isso que, nesses casos, nada deve impedir a recuperação da memória, já que, como nos disse Todorov, esse direito de recordar que tem os sobreviventes das violências do Estado se transformaram num dever: o de testemunhar. Este livro é um testemunho, a narração do inferno padecido por Hampartzoum Chitjian que, como nos disse repetidas vezes, salvou-se de um genocídio, mas não sobreviveu a si mesmo.