Natália nos mostra como o controle, hoje, tornou-se cyber (...) Entre muitas outras informações valiosas, a Autora nos ensina, por exemplo, que o Facebook revelou-se uma verdadeira máquina de criar subjetividades e tem feito repetidas experiências conosco, rastreando os nossos passos e traçando o nosso perfil seja para nos vender um produto, seja para nos vender um presidente. Likes, unlikes, assim como mil e outros mecanismos servem para fotografar o nosso interior, a ponto de construir uma espécie de filme documentário sobre os nossos desejos, manias, sonhos, recalques, ímpetos, neuroses, entusiasmos ou frustrações. A partir daí, programam o que nos dizer, o que nos ocultar, como nos emocionar, como nos influenciar. E o mais terrível é que pouco ou nada percebemos desse gigantesco aparato. Só por fazer essa denúncia o livro já seria marcante; é leitura obrigatória para quem não quer passar a vida em brancas nuvens, como diria o poeta, nem tolera ser manipulado ou enganado.