"Ao analisarmos como a justiça enquadrou os manifestantes e a conjuntura de protestos, avaliamos que os dados nos revelaram mais sobre o sistema de justiça criminal do que sobre as ruas. [...] O próprio processo figurou como uma pena, à medida que trouxe ao grupo estigmas e despesas de tempo e de recursos. Mas apesar da (in) justiça, houve também a formação de redes de apoio e de solidariedade, nas quais muitos se somaram aos manifestantes do CCSP na resistência à criminalização. E essa resistência coletiva rompeu com silêncios, possibilitando que o caso emergisse na esfera pública e se tornasse emblemático de tempos em que práticas autoritárias coexistem com liberdades democráticas."