A análise das relações entre religiosidade e Monarquia no período que engloba desde a conversão do Reino de Toledo até sua destruição é o objeto de estudo de Ruy de Oliveira Andrade Filho neste livro. Andrade passa em revista práticas muito distintas quanto ao espaço em que se realizam, percorrendo as diferentes regiões do reino, os diferentes momentos, e os diferentes sujeitos, sejam camponeses, plebe urbana ou aristocracia que as cultivam, encontrando um fio comum: são categorizadas pelo poder eclesiástico como superstições; e em consequência, reprimidas por distintos meios. Ana Paula Tavares Magalhães observa que é irresistível a força com que a religiosidade se impõe e surpreendente a naturalidade com que a Monarquia, a despeito de si e de seu projeto, por vezes, de sua própria vontade consciente, sucumbe ao reino e incorpora os novos valores a seu projeto hegemônico.