Gilda de Castro Rodrigues embalou com carinho seu projeto de estudar questões ligadas à maternidade. Este tema atende, sem dúvida, a muitos apelos. O apelo pessoal e de gênero, pois ela mesma - conciliando maternidade, maternagem e vida acadêmica - viveu na pele os dilemas desse processo feminino, o que faz do seu trabalho uma reflexão 'de dentro'. Em seguida, o apelo sócio-antropológico que aponta as mudanças vividas pela sociedade brasileira integrando mais e mais a mulher no mundo do trabalho, adensando e matizando aqueles dilemas. Por fim, o apelo ético do tema e suas dimensões políticas, sociais e culturais foram tantos outros atrativos poderosos. Este livro percorre, então, os aspectos da maternidade e se desdobra nas discussões de natalidade e da sua regulação vistas da perspectiva de gênero. Por outras palavras, a autora desnaturaliza o grande tema da maternidade e as questões que daí decorrem; isto é, mostra-a como construção sócio-histórica e cultural.