A ciência forense pretende auxiliar o direito tornando a justiça mais científica e, portanto, em princípio, mais rigorosa. Uma manifestação recente dessa pretensão é o uso da identificação por perfis genéticos de ADN. A adopção desta técnica veio abrir novas possibilidades no domínio da identificação individual, mas também tornar visíveis problemas que podem tornar o seu uso controverso e estar na origem de abusos e erros judiciais, podendo pôr em causa princípios fundamentais da cidadania e da vida democrática. Atento à importância central das técnicas, nas suas virtualidades e nos seus riscos - nomeadamente a possibilidade de padronização do direito -, A justiça em Laboratório procura identificar as forças e fragilidades do uso da identificação por perfis genéticos, tentando perceber, em simultâneo, como se joga a tensão entre uma ciência forense que se globaliza e um direito que permanece localizado.