Dois Atlânticos: o Atlântico Norte e o Atlântico Negro. O primeiro é metáfora daquela sociologia míope que pensou a modernidade global como mera ocidentalização do mundo. O Atlântico Negro alude aos laços imaginados que vinculam as lutas anti-racistas no Brasil e nos vários continentes. Tratar desses dois Atlânticos implica, primeiramente, buscar, na teoria democrática, os fundamentos para a legitimação de aspirações que são articuladas transnacionalmente e implementadas no âmbito nacional. O segundo desafio é descrever as formas de tradução e negociação capazes de permitir que o combate ao particularismo racista não oblitere as particularidades culturais.