O terceiro volume da Coleção Obras de Edith Stein contém um trabalho em que a pensadora dedica-se não a elaborar apenas mais uma interpretação ou teoria do Estado, mas a investigar o Estado como tal, a essência ou ideia que faz de algo um Estado. Constata ela, como ancoramento da força estatal, a comunidade, associação autoconsciente e criadora de cultura. A obra de Edith Stein, mesmo datada de 1925, põe todas essas concepções em xeque, porque, em vez de partir do indivíduo para alcançar o reconhecimento da alteridade, constata que um Estado autêntico percorre o caminho inverso, estruturando uma ou mais comunidades que o precedem e o encarnam, fundando-se em pessoas que, antes de qualquer formalização de relações sociais, já nutrem vínculos os mais diversos.