Muxima traz, em seu nome e essência, a lógica da subversão. Carrega em seu nome filosofias nossas e em sua essência uma escrita potente e que muito me lembra do que o psicólogo Dr. Joseph White chama de um um jeito preto de falar, e chama atenção para como as rimas e a poesia foram e ainda são uma estratégia de sobrevivência do povo preto. A oralidade segue sendo uma de nossas principais tradições e tecnologias, mas, como qualquer tradição cultural que se mantenha na contemporaneidade, o registro de nossas heranças, memórias, vivências e oralidades se faz presente no caminho da permanência e vida dos nossos. Assim, Gisele subverte a colonização de seu corpo, seus sentimentos e sua espiritualidade (e, por consequência, de todas e todos nós) enquanto se humaniza e se desnuda em escritas intensas e fluidas. A leitura de Muxima é um mergulho em que, não surpresa, me deparo com toda a profundidade que essa palavra carrega. Muxima, Okan, Coração Para os povos Bantus, alguns dos (...)