Este livro, Raízes do mal, é o último grande romance policial de ficção científica do final do final do século XX e o primeiro da era das redes informáticas. Um prenúncio deste século XXI. Raras vezes um escritor atingiu um tal patamar de fluência e de suspense mesclando crime uma historia de serial-killer , investigação policial e científica, desejo, paixão e filosofia. O leitor mergulha num mundo terrível, mas não quer nem pode sair. Precisa e deseja ir até o fim. Maurice Dantec consegue articular elementos antagônicos e complementares: uma grande história, um estilo que, às vezes, roça o lirismo e a percepção justa do novo e do velho a podridão humana e a ciência, a violência e a tecnologia, o romance policial e a ficção científica. Raízes do mal prova que se pode fazer grande literatura com ideias, teorias e reflexões sem defender teses nem cair em digressões inúteis. O mundo contemporâneo inteiro parece sugado para dentro das páginas trepidantes e cobertas de sangue de Maurice Dantec. Mas nada é gratuito ou sensacionalista. O escritor domina a narrativa com uma força descomunal, amarrando fios complexos e díspares num jogo mortal, mortífero e altamente sofisticado, mas sempre legível, envolvente, frenético e sedutor. O leitor desce à cena do crime e, se vacilar, entra na pele e na mente dos criminosos, confundindo-se com eles e com os seus motivos. Dantec desperta o chacal que vive em nós. Literatura na veia. Antes de tudo, uma grande história. Depois de tudo, uma reflexão sobre os aspectos mais sombrios da alma humana. No meio de tudo, um estilo desconcertante e inacreditavelmente coloquial. Os três grandes malditos estão, enfim, reunidos no Brasil.