Para grande parte da crítica espanhola, Maldita Morte, de Fernando Royuela, um madrilenho da nova geração de romancistas, é o melhor livro lançado naquele país em muitos anos: cruel porém sensível, dramático e, no entanto, perversamente divertido. Trata-se da história de Gregório, um anão disforme, e sua trajetória semeada de mortes violentas e absurdas, suas paixões impossíveis, sua humilhação cotidiana e seus estratagemas para conquistar o que seus inimigos (amigos ele praticamente não encontra em seu caminho tragicômico) jamais iriam supor. As desventuras desse personagem bizarro servem de pretexto para Royuela catalogar um sem-número de misérias humanas e repassar, ao mesmo tempo, a história recente de seu país. É a volta da narrativa picaresca ambientada em tempos atuais.