A morte faz parte da vida e a única certeza que temos durante o nosso percurso é que um dia ela alcança a todos. Pode ser repentina ou devagar, mas o sofrimento daqueles que aqui ficam, que perdem seus entes queridos, não comporta comparações. O sofrimento daqueles que partem, contudo, pode ser medido de certa forma a depender de como se dará o processo do morrer. O processo de morrer carrega em si muito simbolismo. Hoje, na maioria das vezes, a morte acontece em um ambiente hospitalar, frio e solitário e, do ponto de vista ali enfrentado, caracteriza-se muito mais como um fracasso médico, que não conseguiu subverter a ordem da natureza e vencer uma enfermidade, do que como um acontecimento já esperado do mundo da vida. Propomos, então, a criação de um espaço de diálogo sobre a relação da vida e da morte, para que a possibilidade de escolha no momento final não seja vista como algo essencialmente ruim e, consequentemente, ilícito , mas sim como expressão da própria inviolabilidade e do respeito pela vida, de acordo com aquilo que o maior interessado na questão acredita ser digno, justo e bom.