Se a Segunda Guerra viu florescer uma das mais comentadas parcerias entre governantes do mundo Ocidental — Churchill e Roosevelt —, a Guerra Fria teve um dos casamentos políticos mais bem-sucedidos da história. Reagan e Thatcher mantiveram uma relação de interesses e inimigos em comum que marcou profundamente a década de 1980. Em sua conta computa-se a queda do comunismo. A privatização se fortaleceu, o neoliberalismo encontrou solo fértil e os alicerces de uma nova economia global foram lançados. Em comum, as reações extremadas que provocavam. Amados ou odiados, juntos lideraram o bloco capitalista frente à URSS. Ele tinha facilidade de cativar os interlocutores. Ela mal conseguia que seus próprios assessores a tolerassem. Reagan a chamava de o melhor homem da Inglaterra. Thatcher o considerava o segundo homem mais importante de sua vida. Mas a aliança não era idílica. E é justamente essas diferenças que o historiador Richard Aldous explora em Reagan e Thatcher: Uma relação difícil. Richard Aldous argumenta, nesta impressionante biografia dupla, que Reagan e Thatcher brigaram muitas vezes. Da Guerra das Malvinas, que agora completa 30 anos, até armas nucleares de destruição em massa, ambos discordaram — e muito — de vários tópicos. Mas construíam uma imagem pública de harmonia para a imprensa. A própria Thatcher confidenciou: “Deu tudo certo porque ele tinha mais medo de mim do que eu dele.” Aqui, Aldous reconstrói essa relação competitiva. Com a ajuda de documentos agora à disposição em arquivos públicos e privados.Aldous reconstitui de maneira brilhante alguns dos mais dramáticos encontros entre os dois e desmantela a concepção popular da diplomacia entre Reagan e Thatcher. Sua conclusão surpreendente — de que a ligação mais fraca na Aliança Atlântica da década de 1980 era a associação entre os dois principais personagens — marca uma importante contribuição para o nosso entendimento do século XX.