Em cada uma das cidades do interior do estado do Rio Grande do Sul, como em tantos outros lugares do mundo, exite um lugar que todos adotaram como seu cantinho da morte. Alguns, chamam este de cemitério e outros de última morada. Para o narrador de Todos os nomes nas lápides chamam pelo meu, o lugar não se chama, e sim, o chama. Sua rotina diária se baseia em idas a terra dos mortos para lembrar a história daqueles que se foram em sua cidadezinha de descendentes germânicos. Durante suas lembranças e hipóteses sobre as pessoas gravadas nas lápides, ele relembra a sua própria história entrelaçando a sua experiência de homem negro com a deles. Sua vida, marcada pela falta de privilégios, que aqueles que jazem no pequeno cemitério de Salvador do Sul, jamais sentiram, segue abalada até o seu derradeiro final. Suzy, sua namorada, embarca junto em suas memórias e em seus motins cerebrais, que o levam a loucura. As falas unilaterais com as pedras moldadas são de um homem fatigado pelo ato de sobreviver e moldam uma narrativa, que se não é linear, é porque jamais ousou ser.