Pode a ciência ser regional? Todos aprendemos que não; que por lidar com verdades universais, ciência não tem pátria. No entanto, contrário a essa pretensa universalidade, historiadores têm demonstrado cada vez mais a influência marcante dos espaços sobre as práticas científicas. O resultado é o estudo de diferentes geografias da ciência que enfocam desde a dimensão local até a transnacional. Entre esses possíveis enfoques está o nível regional que permite uma visão ampla, ao mesmo tempo em que revela fascinantes detalhes, às vezes, ausentes das grandes narrativas. Com a colaboração de vários historiadores, o organizador, Fabiano Ardigó, mestre em História da Ciência, buscou explorar uma parte do passado de nossas ciências, cujo ponto em comum é estarem relacionadas com uma mesma região. Os estudos aqui reunidos, ocorridos não só durante o mesmo período histórico, mas também a partir dos mesmos limites geográficos, revelam idealismo, interesses políticos, ambições pessoais e até mesmo identidade religiosa.