Este é um livro exemplar na atualização de um antigo e curioso debate: a contribuição da mídia escrita (jornais e revistas) para a formação e consolidação da cultura letrada no Brasil. Estamos falando do século 19, um mundo sem meios ou recursos eletrônicos de comunicação, onde e quando o debate cultural, político e literário se fazia pela escrita. Num país com proporções alarmantes de população analfabeta e incapaz de ler , o suposto é de que o debate nos jornais e revistas só atingia um público mínimo, configurando assim uma "exclusão pré-histórica" num abismo entre a camada letrada e o resto... A exemplaridade deste livro é que os ensaios de diferentes professores que o constituem – resultado do IX Seminário de Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, campus de Assis (SP) – fazem avançar um sólido conhecimento, através de pesquisas cuidadosas e originais, das fontes, origens e termos dos debates em que se empenhou a camada letrada do país, durante todo o 19 e parte do século 20. Nesses ensaios estão perfil e substância do que fomos e, agora, século depois, mostram-se esclarecedores e esclarecidos para evidenciar os danos e os avanços da nossa formação, letrada principalmente, mas também do potencial que insemina matéria de futuro para o próprio país.