(...) a certa altura deste seu Processionárias, num entre parênteses e com um corpo de letra maior, uma espécie de grito que abre as linhas para um espaço vasto, que "(a energia interminável das aparências é irrefragável na natureza dos terraplenos da vacuidade)". É a linha espiralada que monta o termo, como elemento e como fim, mas também como começo. Assim, processionárias, o termo, parece ter a ver com prossecução, com um ato e com um efeito de ir adiante, com um moto contínuo, com uma esfera cosmogônica, circular e colérica. E toda cólera é paradoxal, muitas vezes enquanto se move pode também não conseguir se mover, mesmo que se elabore para isso. (Manoel Ricardo de Lima, escritor e professor)