Márcio Souza tem recontado a história do Brasil de forma admirável ao longo de sua carreira. Seguindo os passos de Galvez, o imperador do Acre, MAD MARIA é mais um romance memorável do escritor. A Editora Record está relançando toda a obra do escritor recomposta e com novo projeto gráfico. MAD MARIA, escrito em 1980, é o segundo livro de Souza e a narrativa transcorre no interior da Amazônia. O livro relata a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, entre 1907 e 1912. Na época os investidores tinham o objetivo de construir uma estrada que pudesse competir com o Canal do Panamá. A ferrovia integraria uma região rica em látex na Bolívia com a Amazônia, mas no caminho, encontraria obstáculos descomunais: 19 cataratas, 227 milhas de pântanos e desfiladeiros, centenas de cobras e escorpiões, árvores gigantescas e milhões de mosquitos transmissores de malária. Antes de terminadas as obras, 3,6 mil homens estavam mortos, 30 mil hospitalizados e uma fortuna em dólares desperdiçada na selva. Ao escolher os episódios mais macabros e inacreditáveis dos registros históricos dos cinco anos da construção da ferrovia e concentrando-os em três meses de pesadelo, Márcio Souza força o leitor - neste momento já quase um personagem emaranhado na vegetação - a confrontar o inferno. MAD MARIA é um romance amargo e vingador, sarcástico, às vezes. Uma obra-prima da literatura brasileira. Márcio Souza nasceu em Manaus em 1946. Formado em Ciências Sociais pela USP, começou a vida profissional no cinema, como crítico, roteirista e diretor. Tem uma sólida carreira como dramaturgo, autor de peças como Ação entre amigos e Tem piranha no Pirarucu. Galvez Imperador do Acre marca a estréia literária em 1976. Sua carreira como escritor já conta com mais de vinte títulos, entre eles O fim do terceiro mundo, Lealdade, Desordem e Entre Móises e Macunaíma. Desde 1995 é presidente da Funarte. "A ironia amarga de Márcio Souza germina diretamente do coração das trevas." The New York Tikmes Book Review "Epopéia às avessas, romance notável de um Márcio Souza crescentemente mestre de seu ofício e transbordante de talento, Mad Maria é um faroeste à medida brasileira: sem ilusões, vigilante e pontiagudo como uma flecha na noite escura." Folha de São Paulo