Ninguém falou tanto da morte, para cantar a vida e o amor, como Charles Baudelaire.O poeta francês foi, talvez, o maior pintor da existência no limite: marginalidade, paixão, sexo, drogas (ópio, absinto), perdição, homens errantes, prostituição, literatura, obsessões. Tudo está na obra do inventor da modernidade. Poucas poesias têm cheiro e tantas marcas da vida real. Em Baudelaire, é possível sentir o odor de álcool, de sêmen, o perfume das passantes, a viscosidade do suor, o hálito noturno dos boêmios, a mão carinhosa das mulheres da noite. A “alma das garrafas” assombra cada verso e incendeia o desejo dos leitores.