"O autor iniciou esta obra aos dezesseis anos de idade, à flor da juventude rebelde, traçando em fascículos, sob métrica parnasiana, cânticos de dores e de amores, com realidade e imaginação, que fazem o espírito do poeta vagar entre o céu e a terra, com a verdade sublimada, no equilíbrio da linha do horizonte, onde o azul celeste se confunde com o azul do mar. Os versos vão seguindo, pela vida atribulada do poeta, que faz críticas à realidade, que enternece no amor e sente as injustiças do mundo, mostrando que a vida deve ser vivida pelos seus momentos alegres ou em sonhos, que afastem os pesadelos da existência. A obra é marcada pela exaltação à natureza, pelos temores da vida e da morte, que leva o poeta à morada do amor e dos sonhados ideais de perfeição. A métrica e a rima caem nos versos, naturalmente, com a música que talhou em seu espírito o sentimento dos compassos e dos ritmos, que são parte de sua vida. Cada sentido, cada atropelo, mostra do cinzel o zelo, o desejo férreo de contar, com a dureza das palavras, a leveza e o estímulo do belo e do irreal. Em certo momento da vida do poeta, com influência do modernismo, tenta ele sair das métricas e das rimas, mas no fundo, mesmo nessa liberdade, sente-se ele preso a seus pendores naturais, em que os sons melhor se amoldam nas medidas que vestem o sentimento, que faz vibrar o estro e cantar a lira. O moderno não faz bem ao autor, que voltou ao parnasianismo, sem romper, definitivamente, com o elemento romântico.