Festejando meio século de publicação de seu livro fundador (Vers une Pédagogie Institutionnelle, por Fernand Oury e Aïda Vasquez, em 1967), a Pedagogia Institucional (PI) trata do que está no coração da escola: a vida e seus movimentos, seus conflitos, para aprendermos a conviver e, assim, desejarmos saber. Interessada na formação ética e cidadã do alunado, a PI articula em suas bases teóricas psicologia de grupo, psicanálise e técnicas Freinet, e amadurece a cada reflexão, prática e interlocução. Este livro registra a vitalidade de uma pedagogia que não teme o lobo mau. Organizado em duas seções, a primeira concentra-se na história e na teoria da Pedagogia Institucional e a segunda, nas práticas que se apoiam nessa Pedagogia ou a tomam como referencial para ajudar educadores e educadoras a manejarem os conflitos entre discentes ou, ainda, criticarem a violência da própria instituição escolar acostumada a estranhar os conflitos e a manejá-los apenas pela repressão. Com as autorias de Jacques Pain e Bruno Robbes (França), Katherinne Gonzaga (PB), Rosane Gumiero (PR), Anunciata Lyra e Lima (PB) e Marta Helena Burity Serpa (PB), os artigos tratam de estratégias para a comunicação e a gestão da violência e do conflito na escola, da formação de docentes, da crítica às práticas tradicionais de gestão disciplinar e de como a educação pode, sim, valorizar as tensões para ensinar a conviver a partir delas. Símbolo da Pedagogia Institucional, o banco tripé sintetiza: a escola será mais feliz e vitalizada na proporção em que conduzir o processo de ensino-aprendizagem por uma pedagogia que presuma o reconhecimento do desejo inconsciente; o coletivo grupal como lugar de confluência e limite para o desejo; e técnicas (dispositivos instituídos) para mediarem essa relação entre o individual e o coletivo. Boa leitura!