Um escritor escreve para as pessoas, não para as bibliotecas. As bibliotecas não sabem ler. Os livros precisam estar espalhados, os versos anotados no caderno dos jovens, suas histórias fixadas na mente. É possível sonhar com um mundo no qual a palavra figure nas paredes das cidades, nas ruas, como quadros, como obras de uma arte suprema: escrever. Lembra-te de não deixar este livro guardado numa estante; leva-o contigo, dentro de ti. Os livros, se guardados, ficam cegos. Os livros só enxergam p elos olhos de quem os lê. Dessa forma, dás olhos aos livros e eles, generosos, lhe devolvem sua própria visão. E é no intermédio desse fluxo sensível, no qual lês e a escrita, por gratidão, te dá olhos, que a vida acontece.