o uso abusivo das drogas para fins recreativos revela a essencial insatisfação e as contradições do jovem, as quais assumem no atual contexto hipermoderno, uma importância maior na compreensão das posturas consumistas e hedonistas da juventude que abandona todo projeto coletivo de crítica do mundo real e construção de um novo, pela busca de um “paraíso perdido”, fato que o aproxima do religioso mais fundamentalista. o religioso paga o preço para “estar” no paraíso algum dia ao passo que o viciado, para se “sentir” no paraíso hoje mesmo. um o quer por merecimento o outro, por atrevimento. o resgate da dignidade perdida, todavia, tem a ver com dizer a verdade e esta implica libertar e libertar-se. ninguém pode fazê-lo senão por meio do autoconhecimento, da razão e da eleição dos valores reprimidos na sociedade hiperconsumista e narcísica em que vivemos, como liberdade, solidariedade e vida. um modo de manter-se jovem é manter a chama da liberdade acesa em nosso coração alimentando-a com a sabedoria e a coragem para admitir que a verdade é verdade esteja onde estiver.