Em A globalização no mundo antigo, o autor analisa o fundo político, económico e social que marcou a passagem da cidade-estado grega (polis) para a realidade mais ampla dos reinos helenísticos. Do empenho num compromisso coletivo (ta politika), que remetia para segundo plano os anseios pessoais (ta idia), passou-se a privilegiar a busca da felicidade individual - não tanto porque a grandeza de pessoas singulares não se conseguisse acomodar nas calhas estreitas das obrigações sociais, mas antes porque a fraqueza da sociedade deixara de motivar o indivíduo particular (idiotes), libertando-o para o anonimato de um circuito de mobilidade mais vasto. Do polites se evoluía assim para o kosmopolites, do âmbito local da cidade-estado para o mundo globalizado da oikoumene.