Disseminada nas sociedades ocidentais, a homofobia é um fenômeno social cujo alcance vai muito além das pessoas identificadas como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) e da violência física Em sua esteira, pessoas não identificadas com as performances de gênero e sexuais heteronormativas são ameaçadas de morte, sofrem agressões corporais de variadas ordens, além de traumas psicológicos, promovidos por xingamentos, escárnios e outras formas de depreciação injuriosa, que representam a face mais visível de sentimentos e práticas que têm mobilizado as mais diversas entidades de defesa de direitos humanos de pessoas LGBTT Estas colocam em cena programas e ações de conscientização com o objetivo de buscar visibilidade pública a partir de denúncias e de atividades educativas que têm por alvo, além da população em geral, mídias noticiosas As mídias, por sua vez, pautadas por acontecimentos programados e produzidos tendo-as como alvo, além da sociedade (paradas do orgulho LGBTT e datas de conscientização contra a homofobia, por exemplo), ou por acontecimentos diversos (assassinatos motivados por ódio homofóbico, dentre outras formas de intolerância), são responsáveis por parcela significativa do que se difunde socialmente acerca do tema, ainda que muitas vezes ocultando determinadas ocorrências ou aspectos relevantes de fatos noticiados As questões no entorno da homofobia, se à primeira vista chamam atenção para hierarquizações sociais de cunho sexista afinal, ser heterossexual tem implicado em ter direitos negados a pessoas não heterossexuais podem esconder hierarquizações no interior mesmo das homossexualidades Fazendo referência à decisão espanhola de estender o direito ao matrimônio para casais homossexuais, além de outras garantias jurídicas naquele país, Beatriz Gimeno aponta para a dupla hierarquização que as sexualidades fazem ver-