Extremamente ambicioso, este é o primeiro livro a sintetizar a vasta herança e história internacional da psicanálise e a idéia psicanalítica desde suas origens no iluminismo até a era de ouro da análise no século XX, e a colocar a psicanálise em seu contexto social, cultural e econômico. Eli Zaretsky mostra como os ensinamentos de Freud abriram terreno para o modernismo da década de 1920 e a revolução sexual da década de 1960. Ele parte das origens da psicanálise, descrevendo seus estreitos laços com a segunda revolução industrial, quando Freud substituiu a idéia iluminista do homem racional pelo conceito do inconsciente, mudança que, com o advento da Grande Guerra e da teoria da ansiedade, ofereceu explicações convincentes para os homens das guerras modernas. Zaretsky mostra como a psicanálise fomentou a idéia de uma vida individual à parte da família, persuadindo as pessoas a voltarem-se para a introspecção, em vez de seguirem o caminho ditado pelos costumes ou pelo nascimento (Henry Ford, sem querer, apoiou Freud ao incentivar os operários a situarem sua identidade não na família ou no local de trabalho, mas sim no consumismo). Além disso, ele mostra como a psicanálise representou um obstáculo, mas, ao mesmo tempo, um fator de emancipação para as mulheres, os homossexuais e os norte-americanos de origem africana. E, por fim, mostra como a ênfase norte-americana no individual contribui para a boa aceitação das teorias freudianas nos Estados Unidos e como a psicanálise promoveu o surgimento de outras terapias e movimentos que, em muito casos, a substituíram.