Depois do sucesso de Um ano na Provence, Toujours Provence e Hotel Pastis, o jornalista e publicitário inglês Peter Mayle mudou e resolveu não escrever, pelo menos momentaneamente, sobre a vida plácida da região francesa da Provença, onde viveu por algum tempo. Nos últimos anos uma idéia bizarra não lhe saía da cabeça. Estava sempre se perguntando se os pequenos luxos dos muito ricos realmente valiam o que custavam. Se gastar fortunas para satisfazer o mais fútil dos caprichos valia a pena. Resolveu colocar suas idéias no papel. Surgiu assim o livro Gostos adquiridos, coletânea destes escritos que viraram crônicas. A conclusão, para alívio da pobreza geral, é de que dinheiro não traz felicidade necessariamente. Ao contrário, induz ao desapontamento e à depressão. Tem sempre alguma coisa que não está perfeitamente correta, adverte o autor. Rico não relaxa, está sempre entediado! A menos que enverede pelo caminho indicado pela crônica A paixão mais cara de todas, em que se fala da figura da amante: Uma mulher é só uma mulher. Uma amante é, ao mesmo tempo, um exercício de equilíbrio e inventividade, diz Mayle. Na viagem pelo mundo dos que sofrem por excesso de dinheiro, o autor chega a insinuar que essa gente é muito aborrecida para se conviver. Descobriu, no entanto, que há outro tipo de pessoas fantásticas; são as que fazem as delícias do mundo dos ricos: caçadores de trufas, alfaiates, fabricantes de champanhe, estes sim, divertidos e interessantes.