A escrita hábil, direta e verdadeira de Carla Kinzo conquista o leitor logo nos primeiros versos de Cinematógrafo, repletos de imagens, cenas, sequências, sensações. Um inseto apaixonado que se espatifa na janela; a pressão do corpo no chão; os gestos impensados, uma inescapável dobra de um livro. Com a lente apurada de poeta, a autora captura imagens e cenas que se sucedem ao virar de cada página, em poemas que juntos formam uma narrativa sobre o que o olhar agarra e o que a ele escapa. É assim que o Cinematográfico de Carla registra, no papel, uma série de instantâneos da realidade, fazendo de cada verso um fotograma, que ganha vida e movimento ao ser projetado nos olhos e na mente do leitor. Uma poesia tão viva e rica como como o próprio cinema, condensando promessas, reflexões, ideias e sensações no pequeno espaço de cada página.