Um homem vê estarrecido as paredes de sua casa sangrarem, gavetas encherem-se de água sem qualquer razão ou ainda assiste ao suicídio de um companheiro de ofício no espelho de seu banheiro, fato que se verifica mais tarde. Pode-se pensar que os fenômenos descritos no romance são fruto de imaginações férteis ou nascem apenas da mente do autor, no exercício de suas capacidades ficcionais ou imagéticas. No entanto, Mauro Judice baseou esta história - no que diz respeito aos fenômenos, pelo menos - em um indivíduo de seu círculo de relações. Homem, como a personagem central, emperdenido pelo objetivo de negar a si mesmo seus dons mediúnicos, ou sensitivos, e de procurar refutá-los de todas as maneiras possíveis através de explicações 'científicas' ou 'racionais', sem aceitar jamais a evidência de se tratarem de inquestionáveis manifestações espirituais