A constituição do Estado nacional argentino resultou de conflitos desencadeados após as lutas pela emancipação da Coroa espanhola, a partir de 1810. Desde então, um cenário de disputas enunciava a difícil tarefa de constituir um Estado unificado. Para as elites criollas portenhas, era premente definir a configuração territorial deste Estado, bem como assegurar à capital a centralização do poder político, administrativo e financeiro. O alcance destes objetivos se deu com embates, indispondo lideranças portenhas e provinciais. A integração das províncias em torno de uma Constituição só foi possível na década de 1860, quando foram desenvolvidos projetos em âmbito nacional. Uma das áreas de interesse do novo governo foi a educação. Coube ao Governo Federal o desenvolvimento do ensino secundário, com o objetivo de formar as novas elites dirigentes informadas dos conhecimentos históricos da nação e imbuídas de um "sentimento patriótico". Para tanto, a disciplina História Argentina, bem como seu material didático jogaram um papel fundamental. O intuito deste livro é analisar as representações de nação presentes nos manuais de História Argentina dirigidos ao ensino secundário e publicados entre 1868 e 1912. Por meio deles, buscou-se formar os futuros cidadãos da nação, consolidar o Estado nacional e promover a nacionalidade argentina.